sexta-feira, 30 de março de 2018

Património Discreto

Ontem à tarde, depois de ir ver o mar revolto na Praia Azul, dei de caras com estes dois testemunhos da arquitectura vernácula do oeste: o moinho e o poço de água.
 
Casal Zimbral, um dos casais mais antigos da freguesia da Silveira. Hoje é um lugar com cerca de duas dezenas de casas, mas o casal antigo ainda lá permanece, quase em ruínas, à espera de melhores dias. Junto a ele, à beira do arruamento, um poço de pedra secular, lembrando a vida que ali existiu - homens e animais que ali matavam a sede. Outro aspecto singular que também é frequente encontrar nesta região, são as vedações feitas com canas.
 
 
 
 
Casa Branca, um moinho que ainda se encontra em razoável estado de conservação.
 
 
 
 

quarta-feira, 28 de março de 2018

28 de março, Dia Nacional dos Centros Históricos

4 anos depois...a esperança renova-se


"A construção e a demolição, o avanço e o recuo, estiveram sempre presentes na evolução das urbes. Um centro histórico é como um corpo composto por várias células, onde não podemos dissociar as partes do todo. Mas também não é menos verdade, que qualquer célula necessita de se regenerar. As dinâmicas de desenvolvimento da matriz urbana dos centros históricos e a sua relação com a restante ...cidade, podem e devem contribuir para alcançar soluções inovadoras que promovam a revitalização destas zonas adormecidas através do combate à sua sacralização e consequente “museificação”. Independentemente das ideologias, torna-se quase impossível libertarmo-nos do passado, afinal a sociedade assenta sobre um quadro genético, onde a memória tem uma importância fundamental, e como tal, todo o ser humano, desde a sua nascença, vai assimilando tudo o que o rodeia e isso vai repercutir-se nas suas acções, logo no espaço físico que o envolve diariamente. Como tal, urge um equilíbrio, nesta relação tão delicada entre passado e o futuro, valorizar o passado, sim, mas projectando e promovendo o futuro dos edifícios e dos lugares, logo da sociedade."

André Duarte Baptista, 2014
Comunicação "matriz urbana e identidade do lugar - Centro Histórico de Torres Vedras"
Congresso "O Centro Histórico no Novo Paradigma Urbano"

terça-feira, 27 de março de 2018

"A espessura do tempo" - a exposição


Tive o privilégio de integrar este excelente projeto a convite do Carlos Matos, a quem agradeço profundamente a oportunidade.


"Inaugurou-se hoje no Museu Francisco Tavares Junior, em Castelo Branco, uma Exposição colectiva de pinturas de Sketchers que percorreram todas as Freguesias do Concelho, para contactarem as populações e "retratarem" um pouco do seu património e história, intitulado "A espessura do tempo". Além disso, está também exposto uma pequenina mostra do trabalho do grandíssimo pintor/desenhador Álvaro Canelas, nascido em C. B. em 1901 e falecido em Paris em 1952 (Traços do primeiro Horizonte). Vale a pena visitarem estes fantásticos trabalhos, que estarão expostos até 13 de Maio. Esta é uma Exposição organizada pela Câmara Municipal, através dos Prof. Carlos Semedo e Carlos Matos, que também é autor de muitas destas pinturas!" (Manuel António Almeida)


Depois da residência artística, onde fizemos um rally paper desenhado pelas freguesias rurais de Castelo Branco, segue-se uma bela exposição com os nossos desenhos (cerca de 200).

Parabéns a toda a organização.


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  

Iniciativa mis recente:




segunda-feira, 26 de março de 2018

Dublin_dia 3 _ parte II


À porta da Guinness Store House. Esta sim, é a verdadeira catedral da cerveja.
O ambiente industrial é inconfundível.
 
 
 
No interior do "museu da cerveja", a cultura é-nos apresentada em estado líquido, servida nos balcões dos pubs. Guinness Store House é uma mistura de museu, centro interpretativo, centro comercial.... Tudo transpira cerveja.
 
 
Mas na verdade, é um verdadeiro centro cultural. Saímos dali a saber a história de uma fábrica/empresa que foi fundada em 1759 pelo Arthur Guinness.
 
A Harpa Irlandesa só foi adoptada como símbolo da empresa no século seguinte, em 1862.
Do que vi, o que mais me impressionou foi, em primeiro lugar os documentários do quotidiano dos trabalhadores no início do século XX. Em segundo lugar, os trabalhos de design gráfico e o merchandising de promoção da empresa pelo mundo inteiro.
 
No último piso, o êxtase total - o Rooftop Bar, com uma vista de 360º sob a cidade, onde não podia faltar a bela cerveja.
 
Para quem não bebe, é fácil distrair-se com as vistas,. Desenhar é que é mais difícil, muita gente e muita gente a olhar para ti e a pensar "mas estes tugas não bebem?"
 
 
 
Depois do calor do Rooftop Bar, o gelo da rua. Ao sair, deparámo-nos com este ambiente nostálgico, onde "quase apanhamos" o Arthur Guinness a entrar na carruagem.
 
 
 

sexta-feira, 23 de março de 2018

4º Encontro Internacional de Desenho de Rua

Podem agendar -  26-28 out. 2018
 

 
Preparem as alfaias, pois vamos voltar à vinha. A edição de 2017 deixou água na boca e um rasto de quintas com paisagens incríveis por visitar.
 
Será, uma vez mais, privilegiado o intercâmbio entre desenhadores de Portugal, Espanha e Brasil, países de origem dos formadores convidados e durante o encontro estão previstas oficinas de desenho, provas de vinhos, tertúlias e apresentações de livros.
 
Esta atividade integra o programa Cidade Europeia do Vinho 2018 | Torres Vedras/Alenquer. Nesse sentido, este ano uma das quintas a visitar será em Alenquer.
 


Organização: Câmara Municipal de Torres Vedras

Em breve será divulgado o programa, formadores, parceiros e condições para participar.


Vão acompanhando as novidades aqui:  http://cm-tvedras.pt/agenda/detalhes/78754/

terça-feira, 20 de março de 2018

Quintas à terça

Este ano, Torres Vedras e Alenquer foram eleitas como Capital Europeia do Vinho, trazendo ao debate um vasto património cultural, material e imaterial. As quintas, pelo papel que tiveram na produção do vinho e na organização do território destes dois municípios, não poderiam ficar de fora.
 
 
 
 
 
 

segunda-feira, 19 de março de 2018

Dublin, dia 3 _ parte I

26 de fevereiro de manhã - 1ª paragem - Rory O'More Bridge
 
 
Ponte de ferro inaugurada no ano de 1861

 
2ª paragem - Sean Heuston Bridge. Esta ponte foi construída em 1827 para permitir que as carruagens de cavalos passassem pelo rio Liffey.
 
 

Pearse Lyons Distillery
 
 

Parish of Saint James
Junto à fábrica da Guiness. A igreja começa a ficar esmagada pela fábrica.
 
 
 

 

Vamos desenhar moinhos


Dia 7 de Abril comemora-se o Dia Nacional dos Moinhos

Os Oeste Sketchers pretendem assinalar o dia com um encontro de desenho etnográfico. O principal objetivo desta iniciativa passa pela valorização e promoção do principal símbolo da paisagem rural da região Oeste - o Moinho.

A actividade terá início às 10h no moinho da Bordinheira, onde os desenhadores serão recebidos por um dos últimos moleiros do concelho de Torres Vedras, o senhor Joaquim Constantino, disposto a receber-nos e a conversar com o grupo. Aqui encontramos dois moinhos restaurados em pleno funcionamento, a moer e a ensacar, uma óptima forma de conhecer e desenhar o processo mecânico.

A segunda paragem será no moinho de Caixeiros, complementando o almoço(livre), poderão saborear o pão caseiro que ali é cozido, onde se destacam as famosas “merendeiras” com chouriço, ainda quentes.

Durante a tarde passamos dos moinhos de vento aos de água e a última paragem será na azenha de Santa Cruz, onde poderão conhecer um pouco da história deste engenho e dos moinhos da região, no final faremos a habitual partilha de desenhos.

Participação livre, mas sujeita a inscrição -
oestesketchers@gmail.com

Mais informações no facebbok

 

 
 
 

domingo, 18 de março de 2018

os últimos moleiros de Torres Vedras

Joaquim Constantino, um dos últimos moleiros de Torres Vedras
Filho e neto de moleiros. Nunca conheceu outra profissão e a sua maior preocupação é o fim "disto tudo" - o saber escolher os cereais, o saber moer, o saber conversar com o vento, o saber ensacar e o saber conservar um moinho. Ele faz o que pode, e faz mais do que seria exigido a uma pessoa que dedicou toda a vida ao trabalho árduo. Soube adaptar-se à evolução, aliando o artesanal com o industrial. Está lá no seu cantinho, todos os dias, sempre disponível a receber e a partilhar o que sabe com quem queira aprender. Recomendo uma visita.
Casal Moinho do Frade - Bordinheira, Ventosa

 
 
 
 

quarta-feira, 14 de março de 2018

Dublin_dia 2 _ parte III


Custom House (1794)
 
Um edifício neoclássico implantado na margem norte do rio Liffey. 
Foi desenhado pelo arquitecto James Gandon, que também desenhou o Four Courts.
Custom House é onde funciona o Departamento de Habitação, Planeamento e Governo Local.
 
Ao fundo, a ponte desenhada pelo Calatrava - Samuel Beckett Bridge, construída no ano de 2009.
Do lado esquerdo, localizado na Docklands de Dublin, fica o Convention Centre Dublin, do arquitecto Kevin Roche. Definem-no como o "copo inclinado" e a sua construção teve início na primeira década do séc. XXI.
 
Quando estou a fazer o desenho da ponto, o meu olhar começa a desviar-se para o lado direito do rio e sou seduzido pela Igreja do Imaculado Coração de Maria.
 
 
Pelo "buraco da fechadura" apanhei o edifício governamental que acolhe vários ministérios, entre os quais as Finanças.
De seguida uma das entradas do St. Stephen's Garden.
 
 
Ao final do dia, surge a Catedral de São Patrício (1192), como que a brindar-nos pela capacidade de resistência, depois de tantos quilómetros percorridos. Um edifício de uma beleza impressionante.
 
 
 
 

domingo, 11 de março de 2018

Dublin_dia 2_parte II


Tinity College

Campus Universitário fundado em 1592.

O desenho à direita representa as duas bibliotecas, a nova e a antiga, onde está exposta a harpa mais antiga da Irlanda, símbolo máximo deste país. A biblioteca serviu de cenário para filmes como Harry Potter e Ataques dos Clones. 


Depois de percorrer todo o campus universitário, seguimos para uma visita ao Museu Mais Pequeno de Dublin. Um Museu pequeno, despretensioso ao nível das infraestruturas, mas com muito conteúdo. Por outro lado materializa aquilo que defendo para este tipo de equipamentos: bom conteúdo e excelentes funcionários compensam sempre eventuais constrangimentos. Uma visita parcialmente cantada, onde durante cerca de 1,5h percorremos grande parte da história da Irlanda. Um obrigado à Margarida Caldeira que em boa hora nos recomendo esta visita.

Tomás e o Sam, o nosso "Guia-cantor".


Vista geral do Museu.




À frente do Museu, fica o St. Stephen's Garden, criado no ano de 1663. Chegou em boa hora - piquenique. Aos domingos, os parques verdes da cidade ficam cheios de famílias, sobretudo quando o sol espreita, como foi o caso.


Depois de acalmar o estômago, seguimos para a National Gallery, fundada em 1864. A  arquitectura, sobretudo a distribuição das salas é uma cópia da National Gallery de Londres. Tem uma colecção incrível e pasmem-se - entrada livre.



sexta-feira, 9 de março de 2018

Dublin, dia 2_parte I

25.fev.2018
 
 
2º dia. aquele entusiasmo de conhecer tudo. Repensar percursos. Pontos de interesse. Recomendações de amigos...Por onde começar?
O Rio falou mais alto. O primeiro elemento de referencia foi a Igreja de São Paulo, do lado norte do rio, que foi construída entre 1835 e 1837.
 
 
Ao longe vislumbramos o Tribunal que se encontra em obras.
O conhecido Four Courts foi construído no ano de 1785.
Ao longo do percurso encontrámos a Ha'penny Bridge, uma ponte pedonal construída em 1816. 
 
Mais uns metros, mais uma ponte, esta de grande fluxo: automóvel; Bus; Tram; ciclovias; pedestres. Confusão? nada disso, convive tudo em plena harmonia, ao ponto de não se ouvir qualquer buzinadela ao longo do dia. Impressionante. Aqui perdi-me com a beleza dos candeeiros. Estamos na ponte O´Connell Bridge (1880).
 
 
 
Mais desenhos aqui

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Nota Biográfica

André Duarte Baptista, arquiteto, nasce em 1980 na cidade de Torres Vedras, onde reside e trabalha. Em 2013, obtém o grau mestre em arqui...