sábado, 29 de abril de 2017

Óbidos - Festival Latitudes

Hoje à tarde no Festival Latitudes, com o Tomás e o Bruno Vieira.
 
Dia de reencontro com amigos. O espaço que nos cederam é fantástico. A exposição ainda melhor. Depois de investir em livros e num caderno novo, fui com o Tomás fazer uns desenhos.
O 1º foi da Igreja de Santa Maria, à sombra do muro. Este ainda saiu da mão esquerda.
 
 
Depois de uma visita à Igreja de Santiago, deixamos o Bruno para trás, "agarrado" a uma panorâmica sob a vila. Faltou-me a coragem, sigo caminho com o Tomás à procura de um cantinho para mais um desenho. Este é um misto entre mão esquerda e mão direita. Caderno novo - Laloran - há muito que não comprava um caderno...
 
 
 

sexta-feira, 28 de abril de 2017

De volta a Tomar

Domingo, dia 16 abril
 
Depois de Dornes, voltámos a Tomar
 
 
1ª paragem
esquerda - Igreja de Santa Maria dos Olivais, construída no séc. XII a mando de D. Gualdim Paes - sede da Ordem Templária. Mais tarde Panteão dos Templários.
 
Hoje é reconhecida como uma das obras mais importantes do estilo gótico em Portugal.  A simbologia denuncia a presença e influência da maçonaria. A igreja é uma peça de uma beleza incrível, muito bem conservada. Cá fora, a torre que permitia o controlo militar sob o rio Nabão. Ao fundo e do lado oposto, o castelo de Tomar e a Igreja de Nªa Sraª da Conceição,  a próxima paragem. Esta Igreja (direita) fica implantada num morro a caminho do castelo, com uma vista privilegiada sob Tomar. Foi construída no séc. XVI, ao estilo renascentista. Está fechada, uma pena
 
 
Final de tarde - caminhada solitária ao pôr-do-sol
 
Este cantinho junto à ponte (esq) chamava por mim. A guarda de pedra serviu de estirador e que jeito deu para descansar o braço. À frente o rio nabão, à direita a ponte, uma das principais entradas na urbe - a rua da corredoura, aquela rua que quase todos os centros históricos tiveram. Os cavalos deram lugar aos carros e aos peões. A rua desemboca na Praça da República. Para trás fica o café Paraíso, que devia ter sido desenhado, mas desenhar com a mão esquerda em pé, sem apoio, não é fácil. Esta praça tem dois grandes planos - o 1º sob os Paços do Concelho e o morro do Castelo. No meio uma estátua de D. Gualdim Paes.
 
O 2º plano da Praça, do lado oposto é a Igreja de S. João Baptista (esquerda), finais do séc. XV, destacando-se a torre sineira e o seu pórtico Manuelino, impecavelmente conservado. 
 
O cansaço começa a apertar, de regresso ao Hotel deparo-me com a Capela de S. Gregório (dir) que desde o 1º dia anda a piscar-me o olho. Abençoado banco de jardim.
 

terça-feira, 25 de abril de 2017

Convento Velho de Penafirme

Hoje o Tomás pretendia "fazer arqueologia". A escolha recaiu sob o Convento Velho de Penafirme.
As ruínas ficam numas dunas próximo da Praia de Santa Rita. A construção deste templo teve início ainda na 1ª metade do séc. XVI para acolher a Ordem dos Eremitas de Sto. Agostinho.
A sua proximidade ao mar tornou-o vulnerável às inundações e aos saqueadores.
Em 1755, após o a grande terramoto, eis que ocorre o seu total abandono. Após 200 anos ali instalados, os eremitas vêem-se obrigados a procurar um novo lugar para erigir um novo convento, de preferência numa zona alta, longe do mar. O local escolhido foi a Póvoa de Penafirme e ainda hoje lá permanece. Depois de ter sido um seminário, viu as suas instalações ampliadas, albergando uma das maiores e escolas do país: Externato de Penafirme.
 
As ruínas do Convento Velho lá permanecem, vendo-se apenas um piso, já que os restantes, encontram-se "engolidos" pela areia das dunas e pela vegetação. As pedras lá continuam à mercê do vento, da chuva e da maresia, mas os piores ataques vêm de gente inculta e como hoje é dia de liberdade, atrevo-me a dizer "de gente estúpida", como aquela que apanhámos hoje: um grupo de imbecis que andava a praticar motocross no meio das ruínas, servindo-se das mesmas para fazerem saltos. Sem palavras. Como é que um pai explica um filho a existência de gente assim?
 
Depois da visita e da "investigação" do Tomás, saíram os desenhos.
 
 
 
Desenho do Tomás. Hoje não lhe apeteceu colorir.
 
Apesar de se encontrar em ruína, ainda consegue surpreender-nos com elementos arquitectónicos bastante interessantes, como as cantarias aparelhadas, os arcos romanos com recurso a tijolo cerâmico. Mas o mais interessante é a sua integração na paisagem, tendo como pano de fundo, as dunas, a sul e a poente, a serra a nascente e o mar a norte.

domingo, 23 de abril de 2017

Serra de Montejunto

23 de abril
Hoje de manhã saímos para uma caminhada com amigos pela Serra de Montejunto.
Há muitos anos que não ia lá e já tinha perdido a noção da real beleza do Lugar.
Deixámos o carro no quartel, metemo-nos ao caminho, rumo às ruínas do Convento Dominicano de Nossa Senhora das Neves. Sempre a subir, com uma vista de cortar a respiração. Seguimos e descemos contornando a serra, com vista para as Cabanas de Torres. 
Voltámos ao Quartel. O piquenique foi no parque junto ao Centro Interpretativo, depois de uma visita à Real Fábrica do Gelo.
Farnel, conversa, desenho.... a sesta ficou para depois
 

Brevemente será agendado um encontro de desenho na serra. Já estamos a trabalhar nisso :-)

sábado, 22 de abril de 2017

Castro do Zambujal

22 de abril
Ao chegarmos ao local, fomos recebidos pela Sofia Máximo que fez um breve enquadramento sobre o Lugar e o Monumento - Castro do Zambujal.
 
Quem não conhecia ficou impressionado com a vista. Quem conhecia, descobre sempre algo novo - o eterno espanto.
 
O sol acompanhou-nos toda a tarde, o sol, o silêncio, o chilrear dos pássaros, o verde dos montes, o dourado das pedras....
 
Nos encontros que organizo, costumo desenhar pouco, ou quase nada. Mas hoje, apesar de continuar a ter de recorrer à mão esquerda, consegui alguns minutos, para fazer aquilo que nos move: desenhar o momento e conviver com os amigo. Que bela tarde...
 
 
 

Dia de Encontro - Castro do Zambujal

Muito havia para escrever, mas fico-me pelo OBRIGADO.
Uma tarde inesquecível.
Aqui ficam alguns desenhos e a foto de grupo (ou parte do grupo)
 

 
 
 
 
 
 
 
Fotografia de grupo com os últimos resistentes.
(os que tiveram de partir mais cedo, estiveram presentes em pensamento)
 
 
 
 
 

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Tomar, dia III

No domingo, decidimos visitar Dornes
 
 
Dornes fica implantada numa península banhada pelo rio Zêzere. Ao chegarmos, o elemento que se destaca ao longe, é a célebre "Torre de Dornes" (desenho à direita), uma estrutura de base pentagonal erigida pelos templários para controlarem todo o rio Zêzere. Gualdim Pais, templário e fundador de Tomar, foi o responsável pela sua construção desta torre. A pedra à vista confere-lhe um tom acastanhado, que se destaca no meio do casario pintado de branco, incluindo a própria igreja que a ladeia.
 
Para chegarmos à torre, temos de passar pelas ruas estreitas, sempre com uma relação visual com o rio. À entrada um posto de turismo, que estava fechado. Os edifícios antigos encontram-se na sua maioria devolutos e alguns em estado de ruína. Rapidamente começamos a ouvir os cânticos religiosos. São 12h, domingo de páscoa, estão todos na missa, menos nós.
 
Ao subirmos até à igreja, o som dos cânticos tornam-se mais audíveis e percetíveis. No largo da igreja, crianças brincam, sob o olhar atento dos pais através de uma porta lateral da igreja.
No topo, para além da torre e da igreja, temos o cemitério com vista privilegiada sob o rio, e que vista.
Antes de regressarmos... o desenho...
 
 
 
Os desenhos saíram da mesma forma, espontânea e com a mão esquerda.
 
Um aspecto que não tenho explicado (e que me têm perguntado), tem a ver com a introdução da cor e da forma como tenho feito nestes últimos desenhos. A resposta é simples. O desenho com a mão esquerda não é um capricho, é uma necessidade e é a 1ª vez que estou a fazê-lo. A insegurança é muita e a falta de coordenação ainda maior. Mesmo quando começamos a ganhar confiança e coordenação, o tremor da mão é diferente, alterando por completo a personalidade do traço. Essa diferença assusta mais quando temos preto sob branco. O contraste acentua essa diferença e torna os "defeitos" mais evidentes. A mixórdia de cores é feita antes do traço, criando uma superfície diferente, dando-me mais confiança quando faço a linha

terça-feira, 18 de abril de 2017

Tomar, dia II

 
Dia II
 
Saindo do Hotel, entrámos pelo Largo do Pelourinho, que se encontra em obras. Subimos sempre a pé rumo ao Castelo, por uma rua estreita, onde outrora passavam os cavaleiros a galope. Hoje, o silêncio interrompido apenas pelo chilrear dos pássaros.
 
A vista panorâmica sob a cidade, sob o rio é de uma beleza única. Noutras condições teria saído um desenho.
 
Depois de explicar ao Tomás o que eram os Templários e os segredos que guardavam, maior era a vontade de chegar ao destino.
Chegámos, foi rápido. Cá de baixo parece que a altura e distância são maiores.
Antes de entrar, parámos para uma água na esplanada do Café do Castelo.
 
As árvores dominam a paisagem, escondendo a fortaleza templária construída no séc. XII. O sol beija a muralha do castelo, denunciando-a: ouro sob azul. O desenho não tardou. Apesar da mão esquerda, saiu de forma natural, sem esforço...
 
 
 
 
 Ao entrarmos, somos surpreendidos pela beleza do jardim, fazendo esquecer alguns revivalismos menos conseguidos, fruto de uma intervenção romântica por parte do Estado Novo. Ao fundo, o que interessava realmente: O Templo do Convento de Cristo. 
 
Antes de entrar, 2 desenhos (esq. e dir.). Seguiu-se uma longa e inesquecível visita pelo interior do templo. Já me tinha esquecido da beleza do conjunto, fruto da quantidade e complexidade de edifícios, de estilos, de épocas. 
 
Quando pensava que já não havia forças, eis que me deparo com uma "velha amiga", a janela manuelina (ao centro). O seus motivos hiperrealistas e híper-naturalistas, sempre me inibiram de a desenhar. Foi preciso ter que desenhar com a mão esquerda para ganhar coragem...
 
 
De regresso ao Hotel, aproveitar o Sol e a piscina com vista para a Estalagem e o Castelo.
 

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Tomar, dia 1

 
 
Recarregar baterias, longe do trabalho :-)
 
 
Tomar, terra de templários, terra do Rosário, terra de encantos...
Chegámos a tempo da hora do almoço. Após um breve passeio junto ao rio, fomos seduzidos pela esplanada da Tasquinha da Mitas. Este desenho resulta de uma mistura entre a mão esquerda e a mão direita. A esquerda voltou a ganhar.
Depois de escolher bem onde me sentar (a famosa vista para o desenho), fiquei frustrado... o raio do chapéu que me tapou o castelo...
 
 
Voltámos ao Hotel, fizemos o check in, subimos e ouviu-se..."pai, estamos com sorte, vista para o rio, temos desenhos".
 
O desenho que se segue é da antiga Estalagem e do Jardim do Mouchão. Tive de voltar à mão esquerda, mas não desgostei do resultado - obriga-me a parar cedo, a sintetizar. Isso agrada-me.
 
A Antiga Estalagem fica numa "pequena ilha" do Rio Nabão, envolta pelo Parque Municipal do Mouchão. O edifício, inaugurado em 1949, ainda mantém o seu charme, apresentando-se com uma arquitectura ao "estilo do Estado Novo". No jardim, ao conversar com duas senhoras, fiquei a saber que a obra foi promovida pela Câmara Municipal e foi tão dispendiosa, que ficaram sem dinheiro para comprar o equipamento, levando a edilidade a concessionar a exploração. Outra curiosidade - no dia de inauguração da Estalagem foi inaugurado o Bairro Dr. Oliveira de Salazar destinado a famílias carenciadas. Os cabelos cor de prata, as rugas e a convicção no tom de voz das senhoras, levam-me a acreditar na informação.
 

 
Ao final do dia, sentados à beira do Rio, na companhia de 2 ilustres tomarenses, Fernando Lopes-Graça e Fernando Araújo (Mimi) Pereira. Desenho a meias com o Tomás.
 

No 1º dia percebemos logo que o rio é alma desta cidade. Também nós ficámos rendidos ao seu encanto.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Desenhar com a mão esquerda

Quem não tem cão, caça com gato...

Hoje ao lado da clínica Soerad, em Torres Vedras, deparei-me com uma peça arquitectónica que ando para desenhar há muito. Não era o dia ideal, mas decidi arriscar com as condições que dispunha e com a mão possível....



A padaria da Ti Odete, ainda há pouco era a Tasca do Papagaio. Em tempos o culto era outro, era mesmo religioso, Diz a tradição que este pequeno edifício, terá sido a antiga Ermida de S. Gião. É provável, pois fica numa antiga entrada principal da cidade, aquela que seria conhecida como a rua da Corredoura, dando acesso a uma antiga porta da muralha medieval, com o mesmo nome (Corredoura). Habitualmente, antes de uma entrada nas vilas medievais, havia uma ermida, onde os viajantes que por algum motivo não podiam entrar na urbe, encontravam nestes edifícios religiosos, um local para pernoitar e tratar das maleitas.

Hoje, o tratamento é outro...

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Castro do Zambujal

8 de abril, sábado, 15h
 
Castro do Zambujal
“Nenhum núcleo urbano surge do nada, à margem de enquadramentos humanos e geográficos. Se tal afirmação é evidente também é facilmente compreensível que as várias culturas que vão passando por qualquer povoação a vão moldando, transformando, enfim, deixando a sua marca na ossatura e no tecido urbano.” (Carvalho, 1989, p.9)
 
 
O povoado de Torres Vedras remonta à Pré-História e para entender o seu desenvolvimento, é necessária uma visão mais abrangente que vá para além das ‘torres velhas’ do castelo medieval, implantado no topo de um dos montes que caracterizam a geomorfologia do Lugar, razão ‘sine qua non’ da sua origem. O rio Sizandro, que ainda hoje atravessa a urbe, teve uma forte influência no seu desenvolvimento e de todo o território, tendo sido navegável durante o Calcolítico, até à cota 25.00


 
 
 
É neste contexto que surge o Castro do Zambujal, cujas construções, remontam pelo menos a duas fases do Calcolítico: 2500-1700 a.C. Desta fortificação destacam-se os seguintes aspetos: desenvolvimento de sistema de muralhas e constituição de povoado. Este antigo castro situa-se junto a Varatojo, a cerca de 3 km da cidade, implantado num dos montes (a poente) que rodeiam a cidade. A foz do Sizandro dista 10 km deste antigo povoado em ruínas, antigo local de trocas comerciais.
As escavações das ruínas iniciaram-se em 1938 e repetiram-se ao longo do séc. XX, impulsionadas pelo arqueólogo Leonel Trindade (1903-1992). As descobertas comprovam que aqui houve um povo com capacidade organizativa para desenvolver uma indústria metalúrgica, capaz de extrair e transformar o cobre: 1ª Idade do Cobre. Tratava-se de um povo autossustentável, cuja subsistência provinha da produção agrícola excedentária e do comércio das peças metálicas que produziam. Dado à sua localização e aos achados arqueológicos, nomeadamente peças de marfim, é fácil perceber que por aqui desenvolveu-se uma forte actividade comercial, tanto por terra, como por rio e mar. A riqueza alcançada através da sua organização em comunidade atraiu vários tipos de salteadores, obrigando-os a desenvolver estruturas que estarão na génese da arquitectura militar: Muralhas labirínticas; Barbacã com seteiras; Torres abobadadas.
 
 
No local, no séc. XVI, foi construído um casal. As paredes das casas foram construídas com as pedras da estrutura fortificada. Outros casais de outras localidades próximas também tiveram o Castro como "pedreira", contribuído para a sua destruição.
Hoje, também o casal se encontra em ruína, aproveitando-se apenas uma pequena casa habitada. Cá fora as ervas dominam o território, as ervas e os 3 rafeiros que nos recebem cheios de alegria e energia.

sexta-feira, 7 de abril de 2017

Vamos desenhar o Castro do Zambujal


Dia Internacional dos Monumentos e Sítios 2017. O Grupo de Desenho de Rua de Torres Vedras, vai assinalar a data, com um encontro de desenho no milenar Castro do Zambujal. Um espaço pré-histórico, com uma paisagem única. Estão reunidas todas as condições para mais um encontro de desenho inesquecível.
 
 Participação livre.
Inscrições: geral@ccctv.org
Organização: Cooperativa de Comunicação e Cultura
Coordenação: Inês Mourão e André Duarte Baptista
 

eu e o meu filho

 
"Delicatessen Oeste Inaugura o Ciclo de Exposições "Esta Parede Pode Ser Sua" com dois Convidados muito especiais." Obrigada André e Tomás por terem aceite o Desafio !
André Duarte Baptista e Tomás Duarte Baptista
Torres Vedras - Um Outro Olhar
Desenhos
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30 de Março a 30 de Abril
2ª a 6ª Feira das 10h00 às 18h30
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Na Delicatessen Oeste em Torres Vedras
Rua José da Silva Anacleto Loja 2 C - a rua pedonal que vai da Rua Henriques Nogueira à Praceta Dr. Vilela

918073357 --- oeste.deli@gmail.com

mais uma experiência


Publicação em destaque

Nota Biográfica

André Duarte Baptista, arquiteto, nasce em 1980 na cidade de Torres Vedras, onde reside e trabalha. Em 2013, obtém o grau mestre em arqui...